Cuidados básicos na plantação de árvores

A adoção de metodologias apropriadas no plantio é vital para garantir salubridade e a longevidade das árvores. Desde a escolha do momento ideal de plantação, à preparação do solo, rega e tutoragem, devemos ter em mente que uma boa plantação é um investimento no futuro da, garantindo a implementação plena ao seu novo espaço.
Os meses que decorrem entre novembro e abril são os ideais para plantar a sua árvore, período durante o qual as plantas permanecem em dormência, reduzindo, assim, o stress do transplante. O clima ameno e baixa exposição solar são condições ideais para que as árvores estabeleçam as suas raízes, e a precipitação, recorrente nestes meses,ajuda a fortalecer o enraizamento inicial.
1. ABERTURA DA COVA
O solo é o elemento fundamental para a sobrevivência das plantas, pois é o suporte de nutrientes e de água que lhes permite desenvolverem-se em boas condições. Deve, pois, ser avaliado para aferir se é fértil ou se necessita que incorpore composto orgânico. Solos áridos, como saibro, são impróprios para o plantio, pelo que esta carência deve ser corrigida com a aplicação de Substrato Profissional Diaplant, de modo a fornecer todos os nutrientes necessários à implementação da planta. Recomenda-se a abertura de cova com um diâmetro 1.5 a 2 vezes superior ao dotorrão, de modo a criar terra solta para permitir a penetração das raízes no solo. A profundidade do buraco deve ser maior do que a do torrão, devendo, no entanto, ser preenchido com terra macia e fértil para que, quando implantado, o torrão não fique demasiado fundo. O colo da planta deve estar na linha de superfície do solo, e não enterrado, de forma a permitir uma boa ventilação das raízes. Atenção: enterrar o tronco pode levar à morte da planta por asfixia!
2. COLOCAÇÃO DA ÁRVORE NA COVA
Para colocar a planta na cova, a mesma deve ser transportada,preferencialmente, pelo torrão. Manusear a árvore somente pelo tronco representa um risco, pois pode danificá-lo. A rede e juta que envolvem o torrão são biodegradáveis, como tal, não devem ser removidas. A sua retirada pode levar ao alagamento do torrão, destabilizando o sistema radicular, culminando no perecimento da planta. Recomenda-se, assim, que a planta seja colocada no centro da cova, prestando especial atenção ao torrão, para que não fique demasiado fundo. As laterais do buraco, entre o torrão e a terra comprimida, devem ficar bem prensadas (com o auxílio de infiltração de água) para assegurar a estabilidade da árvore e evitar que poços de ar se criem.
3. TUTORAGEM DA ÁRVORE
Tutorar as árvores é uma prática importante para ajudá-las a crescerem de forma saudável. A tutoragem é imprescindível logo após a plantação da árvore, pois fornece um suporte adequado às árvores jovens, ajudando-as a resistirem aos ventos ou inclinações que podem naturalmente ocorrer, evitando, assim, a sua queda. Além disso, permite direcionar o crescimento da árvore de maneira mais controlada. Isso é especificamente importante em áreas urbanas, onde as árvores podem competir por espaço com edifícios e outras estruturas. Os tutores devem ser mantidos durante 2 a 3 anos, até a árvore ser capaz de se autossustentar. O calibre do tutor deve ser proporcional ao calibre da árvore. Para árvores de fuste limpo standard (altura de tronco 200-220 cm), devem ser utilizados tutores em pinho torneado de 250 cm, onde 100 cm ficarão enterrados. O tutor deve penetrar pelo menos 20 cm de solo não mexido. Se a cova aberta for demasiado grande, deve optar por colocar tutores mais longos para que os mesmos penetrem em solo duro. Tendo sempre em consideração a sustentabilidade, a Diaplant utiliza corda de fibra de coco biodegradável para a amarração tronco da árvore aos tutores.
Aplicação prática:
– Árvores com PAP inferior a 10/12 necessitam de 1 tutor, posicionado no lado onde os ventos mais intensos se fazem sentir;
– Árvores com PAP superior a 10/12 e inferior a 20/25 necessitam de tutoragem dupla, com posicionamento linear em relação ao tronco da planta. Deve optar-se pelo melhor posicionamento possível para proteger a planta contra os ventos;
– Árvores com PAP superior a 25/30 necessitam de tutoragem tripla, com os tutores posicionados em formação triangular.
Por motivos estéticos, pode optar por proceder à tutoragem subterrânea, utilizando o KIT DE ANCORAGEM DIAPLANT K4. Este sistema é composto por 3 flechas de aço temperado (110x55x4 mm), 3 cabos de aço galvanizado com 4 mm de diâmetro, 3 presilhas, 1 cinta de 8 m de comprimento e 3,5 cm de largura e 1 tensor.

Fig. 1- Kit de ancoragem Diaplant K4
Ademais, na eventualidade da planta ficar exposta a grande intensidade de luz solar, é recomendado envolver o tronco com juta biodegradáveldurante os meses de verão, num período mínimo de 2 anos, até que a planta se estabeleça no novo espaço e tolere exposição solar direta. O fluxo de água pelos canais condutores de seiva funciona como sistema de refrigeração, protegendo o tronco contra o sobreaquecimento. No entanto, até a árvore estar estabelecida, este fluxo é menor, pelo que é recomendável compensá-la protegendo o tronco. A vulnerabilidade à exposição solar é variável de acordo com a rugosidade do tronco, pelo que espécies com troncos mais lisos têm maior predisposição a queimaduras solares.

Fig. 2- Aplicação de tutoragem tripla (à esquerda) e tutoragem dupla (à direita). A árvore da esquerda apresenta um tronco rugoso, não necessitando de aplicação de juta biodegradável a envolver o tronco. Diferentemente, o tronco da árvore da direita é caracterizado pela sua casca fina e delicada, sendo aconselhado o envolvimento de juta biodegradável para proteger o tronco contra queimaduras solares durante os meses de maior calor.
4. REGA
Durante os três primeiros anos de implantação, as árvores necessitam de cuidados redobrados quanto à rega, até se estabelecerem no novo espaço. Para tal, deve ser cavada uma cova ao redor da árvore com o diâmetro do torrão. Além da rega automática localizada através do sistema gota-a-gota, são aconselhadas regas manuais de compensação, uma a duas vezes por semana, durante os meses de maior calor e período de adaptação das árvores, de acordo com as necessidades da espécie eas condições climatéricas. Para garantir que a água abrange todo o torrão, é preferível debitar um volume maior de água de uma só vez do que regar várias vezes debitando menos água. É importante realçar que o encharcamento pode causar a morte da árvore por inibir as trocas de oxigénio entre o solo e as raízes. É imperativo que a rega corresponda, efetivamente, às necessidades da planta.
5. FERTILIZAÇÃO
Outro fator preponderante diz respeito à adubação. É altamente aconselhada a suplementação das árvores com adubo NPK (azoto, fósforo e potássio) de libertação lenta. Desta forma, a planta vai buscar os nutrientes essenciais quando tem necessidade, garantindo, assim, uma nutrição mais eficiente e equilibrada. Daqui resultará um crescimento mais rápido e vigoroso. Além disso, a adubação adequada fortalece o sistema imunológico das árvores, tornando-as mais resistentes a pragas e doenças e ajudando a melhorar a retenção de água no solo. É recomendada a aplicação de fertilizante nas seguintes quantidades:
– PAP 10/12 – 200 g;
– PAP 12/14 – 300 g;
– PAP 14/16 – 400 g;
– PAP 16/18 – 500 g;
– PAP 18/20 – 600 g;
– PAP 20/25 – 700 g;
– PAP 25/30 – 800 g;
– PAP 30/35 – 900 g;
– PAP 35/40 ou superior – 1000 g.
6. PODA
O corte radicular, inerente ao arranque da árvore, causa desequilíbrioentre o sistema radicular e a copa, uma vez que as raízes perdem a capacidade de “alimentar” toda a densidade foliar da parte aérea. Neste sentido, a poda ajuda a restabelecer este balanço, reduzindo a necessidade de absorção de água pela raiz e consequentemente minimizando o stress do transplante.
É factual que a recuperação e desenvolvimento pós transplante, em árvores podadas, é superior ao das árvores não podadas. No final da primeira temporada de crescimento, a copa cresce atingindo quase as dimensões que tinha antes da poda, e na segunda temporada, ultrapassa o crescimento de árvores transplantadas não podadas. A poda é efetuada apenas em ramos com 1 ou 2 anos de crescimento, pelo que não compromete a estrutura nem a estética da copa.e crescimento, pelo que não compromete a estrutura nem a estética da copa.

Figura 1. Árvores preparadas para plantação em obra. Os torrões são envolvidos em juta e rede biodegradável, garantindo que o mesmo se mantém compacto, evitando potenciais lesões causadas por queimaduras solares.
Estamos sempre ao dispor para o aconselhar na plantação das suas árvores. Entre em contacto connosco!